Despojo Vociferado

by Saraband

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1.
E neste baloiçar lento, Vou-me derivando ao som... do descompasso.
2.
Há algo na minha cabeça a tentar sair; algo que me voa Correndo para deixar de existir, espalhando-se para ficar. Numa dança lenta e pesarosa, para sempre num indício de prosa. Neste funeral: - que acontece no meu corpo, as células elevam-se em ciência: - de parasitismo, Talvez nem sejam elas que se perdem: - num momento. Talvez no fim do tempo se encontrem em castrantes circunstâncias da temática: - de esquecer.
3.
Dia 588 05:55
Faz muito tempo que não sou e me sinto apenas uma eloquente tragédia. A falar sobre um luto de uma dor lavada qual diamante bruto. Faz tantas vidas que me beijou o enfermo, num ciclo de tempo sem curva que se enamorou d'alma e teima em não me deixar. Tudo à minha volta parece clausura e de onde veio esta tortura: Só não o vejo dormindo... Um aconchego no peito, relança-me o pesar. Contorcendo-se em torpe agouro, das volúpias arenosas do cansaço. Fosco e doloso nas passagens pelo quarto cintilante: - que nos foi apagando. Diz-me algo para sempre, impossível de se conservar em movimento: Há algo neste momento que não é meu, não é teu... É nosso.
4.
Restando um ímpeto cessante que abandona os pés à vontade de se saturar. A caducidade mórbida da altivez, numa despedida e já em plena diafaneidade dos toques. Sob um sol abrasador de penumbras, conquisto o futuro em espasmos. Solto o tempo num recuo beijado, pedindo em troca do sacrifício um vislumbre: de verdes prantos no artifício dos reflexos. Eclosão de memórias negadas, em retumbantes exalações do que se despedaçou. Cai sobre mim todo o negar do mundo, a recusa tangida do que sou. Privilégios amaldiçoados do vindouro: a arte chorada como propósito. (Não me olhes assim; Perdão, só contemplo o que resta)
5.
Repele-me o metal dos lábios, esse estrangeirar que impuseste - à minha memoria. Invólucro transtornado por intenções desadequadas. Conquisto o nojo pela tentação, fetichismo da ferida aberta. Toco-te num entrelaçar de afecto horroroso. Roço-me novamente em contactos proibitivos, num permitir ingénuo e piedoso que se abre: a uma súplica embusteira e crua. Cristalino na nescidade de germinar na cova. Acto gorado - gretando ânsias, Tumultos mudos e gritos escravizados. Continuidades pasmas de fim, em sobreposições letárgicas dum corpo: - em suspenso estado terminal. "Nunca te devias ter trazido aqui..."
6.
Deixa a ferida fechar: quero sarar agora. Terei todo o espaço do mundo, e respirarei na indiferença. Posso até curar-me e transcender. Mas enquanto o pó for pó, e a carne latejar: - haverá o nosso (um?) refúgio de dor, qual obra cega de anoitecer. Daqui não existo mais, e é assim que me quero... e é assim que te quero.
7.
Não quero ser de companhia.

about

Entre as ruínas de 17-07-2011 e 24-02-2013.

credits

released January 3, 2014

Gravado entre Fevereiro e Julho de 2013.
Produção: João Sousa
Mistura: João Sousa e DV
Artwork: JPMArts

Composição e interpretação por DV excepto:
#3 - "Dia 588" (João Sousa, Electrónica)
#5 - "Estirando as Tormentas" (João Sousa, Bateria)
#7 - "Cultura Parasita" (João Sousa, Bateria)

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Saraband Portugal

Uma saudação com sabor de eterno: um adeus.

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