1. |
A Sarabandear Por Fim...
03:25
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E neste baloiçar lento,
Vou-me derivando ao som...
do descompasso.
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2. |
Nomenclatura A Evolar
03:49
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Há algo na minha cabeça
a tentar sair; algo que me voa
Correndo para deixar de existir,
espalhando-se para ficar.
Numa dança lenta e pesarosa,
para sempre num indício de prosa.
Neste funeral:
- que acontece no meu corpo,
as células elevam-se em ciência:
- de parasitismo,
Talvez nem sejam elas que se perdem:
- num momento.
Talvez no fim do tempo se encontrem
em castrantes circunstâncias da temática:
- de esquecer.
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3. |
Dia 588
05:55
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Faz muito tempo que não sou
e me sinto apenas uma eloquente tragédia.
A falar sobre um luto de uma dor lavada qual diamante bruto.
Faz tantas vidas que me beijou o enfermo,
num ciclo de tempo sem curva
que se enamorou d'alma e teima em não me deixar.
Tudo à minha volta parece clausura
e de onde veio esta tortura:
Só não o vejo dormindo...
Um aconchego no peito,
relança-me o pesar.
Contorcendo-se em torpe agouro,
das volúpias arenosas do cansaço.
Fosco e doloso nas passagens pelo quarto cintilante:
- que nos foi apagando.
Diz-me algo para sempre,
impossível de se conservar em movimento:
Há algo neste momento que não é meu, não é teu...
É nosso.
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4. |
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Restando um ímpeto cessante
que abandona os pés à vontade de se saturar.
A caducidade mórbida da altivez,
numa despedida e já em plena diafaneidade dos toques.
Sob um sol abrasador de penumbras,
conquisto o futuro em espasmos.
Solto o tempo num recuo beijado,
pedindo em troca do sacrifício um vislumbre:
de verdes prantos no artifício dos reflexos.
Eclosão de memórias negadas,
em retumbantes exalações do que se despedaçou.
Cai sobre mim todo o negar do mundo,
a recusa tangida do que sou.
Privilégios amaldiçoados do vindouro:
a arte chorada como propósito.
(Não me olhes assim;
Perdão, só contemplo o que resta)
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5. |
Estirando As Tormentas
08:10
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Repele-me o metal dos lábios,
esse estrangeirar que impuseste - à minha memoria.
Invólucro transtornado por intenções desadequadas.
Conquisto o nojo pela tentação,
fetichismo da ferida aberta.
Toco-te num entrelaçar de afecto horroroso.
Roço-me novamente em contactos proibitivos,
num permitir ingénuo e piedoso que se abre:
a uma súplica embusteira e crua.
Cristalino na nescidade de germinar na cova.
Acto gorado - gretando ânsias,
Tumultos mudos e gritos escravizados.
Continuidades pasmas de fim,
em sobreposições letárgicas dum corpo:
- em suspenso estado terminal.
"Nunca te devias ter trazido aqui..."
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6. |
Descarnar De Almas
00:46
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Deixa a ferida fechar:
quero sarar agora.
Terei todo o espaço do mundo,
e respirarei na indiferença.
Posso até curar-me e transcender.
Mas enquanto o pó for pó,
e a carne latejar:
- haverá o nosso (um?) refúgio de dor,
qual obra cega de anoitecer.
Daqui não existo mais,
e é assim que me quero...
e é assim que te quero.
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7. |
Cultura Parasita
06:40
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Não quero ser de companhia.
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